Revelação Divina

 


Autor: John Nascimento

Estas breves explicações da Bíblia destinam-se aos principiantes, que pouco ou nada sabem a respeito da Bíblia, para que não façam um conceito errado de como Deus se revelou ao homem na História da Salvação, e em que os mais entendidos podem fazer uma oportuna reflexão.

A REVELAÇÃO DIVINA E A BÍBLIA (011)

O Concílio Vaticano II publicou uma Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina - Dei Verbum, que começa por falar da Revelação em si mesma :

- “Aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria revelar-Se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da Sua vontade, (cf.Ef. 1,9), segundo o qual, os homens, por meio de Cristo, o Verbo encarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo, e se tornam participantes da natureza divina, (cf. Ef.2,18; 2 Pé. 1,4).

Em virtude desta revelação, Deus invisível (cf.Col.1,15; l Tim.1,17), na riqueza do seu amor fala aos homens como amigos (cf.Ex.33,11; Jo. 15,14-15 )e convive com eles (cf.Bar.3,38), para os convidar e admitir à comunhão com Ele. Esta "economia" da revelação realiza-se por meio de acções e palavras intimamente relacionadas entre si, de tal maneira que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas palavras; e as palavras, por sua vez, declaram as obras e esclarecem o mistério nelas contido.

Porém a verdade profunda, tanto a respeito de Deus como a respeito da salvação dos homens, manifesta-se-nos por esta revelação, em Cristo, que é, simultaneamente, o mediador e a plenitude de toda a revelação”.(DV 2).

Deus...desde o princípio, manifestou-se a Si mesmo aos nossos primeiros pais.

E após a sua queda, Deus prometeu-lhes a redenção, como esperança de salvação quando disse à serpente :

- “Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Ela esmagar-te-á a cabeça, ao tentares mordê-la no calcanhar”. (Gen.3,15).

E a partir daquele momento, Deus tomou incessantemente cuidado da raça humana, no sentido de lhe garantir a salvação :

- “Àqueles que com perseverança no bem procuram a glória, a honra e a incorrupção, dar-lhes-á a vida eterna”. (Rom.2,7).

No devido tempo chamou Abraão para fazer dele o pai dum grande povo :

- “Farei de ti um grande povo, abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e serás uma fonte de bênçãos”. (Gen. 12,2).

Depois dos patriarcas, instruiu o seu povo por meio de Moisés e dos profetas, para que O reconhecessem como único Deus vivo e verdadeiro, pai previdente e juiz justo, e para que esperassem o Salvador prometido; assim preparou Deus através dos tempos o caminho do Evangelho. (cf. DV 3).

Depois Deus enviou seu Filho, o Verbo eterno, que ilumina todos os homens, para habitar entre os homens e manifestar-lhes a vida íntima de Deus, o qual, por palavras e obras, sinais e milagres, e sobretudo com a sua morte e gloriosa ressurreição, completou totalmente e confirmou a divina revelação, isto é, o plano de Deus para a nossa salvação.

Cristo fundou a sua Igreja, confiando aos seus Apóstolos a missão de transmitir a divina revelação, mandou que pregassem a todos, como fonte de toda a verdade salutar e de toda a disciplina de costumes, o Evangelho prometido antes pelos profetas e por Ele cumprido e promulgado pessoalmente, comunicando-lhes assim os dons divinos.

Os Apóstolos, transmitindo o que eles mesmos receberam, advertem os fiéis a que observem as tradições que tinham aprendido quer por palavras quer por escrito e a que lutem pela fé recebida duma vez para sempre.

- Transmissão da Palavra de Deus.

A Palavra de Deus no Antigo Testamento foi transmitida através da Tradição e da Sagrada Escritura.

Com Cristo, Palavra em pessoa, começa uma Nova Revelação : o Evangelho.

E os encarregados de transmitir esta Palavra são os Apóstolos, que dão origem à Tradição Apostólica e que os Evangelistas, mais tarde, inspirados pelo Espírito Santo, recolhem e fixam por escrito, dando assim origem à Sagrada Escritura do Novo Testamento, através da qual a Palavra chega até nós.

Por isso diz o Concílio Vaticano II na sua Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina (DV) :

9. A Sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim.

À Igreja compete guardar este depósito da fé contido na Sagrada Tradição e na Sagrada Escritura, interpretá-lo autenticamente e expô-lo fielmente.

Deus quis que tudo o que revelou para a salvação de todas as nações, fosse conservado perpetuamente na sua plena integridade, e para todas as gerações.

Assim o diz ainda a mesma Constituição dogmática (DV) :

7. Deus dispôs amorosamente que permanecesse íntegro e fosse transmitido a todas as gerações tudo quanto tinha revelado para salvação de todos os povos. Por isso, Cristo Senhor, em quem toda a revelação do Deus altíssimo se consuma (cf.2 Co. 1,20: 3,16: 4,6), mandou aos Apóstolos que pregassem a todos, como fonte de toda a verdade salutar e de toda a disciplina de costumes, o Evangelho prometido antes pelos profetas e por Ele cumprido e promulgado pessoalmente, comunicando-lhes assim os dons divinos. Isto foi realizado com fidelidade, tanto pelos Apóstolos que, na sua pregação oral, exemplos e instruções, transmitiram aquilo que tinham recebido dos lábios, trato e obras de Cristo, e o que tinham aprendido por inspiração do Espirito Santo, como por aqueles Apóstolos e varões apostólicos que, sob a inspiração do mesmo Espírito Santo, escreveram a mensagem da salvação.

A tradição apostólica progride na Igreja sob a assistência do Espírito Santo.

As afirmações dos Santos Padres testemunham a presença vivificadora da Tradição, cujas riquezas entram na prática e na vida da Igreja crente e orante.

A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura, constituem um só depósito da sagrada palavra de Deus, confiado à Igreja.

O encargo de interpretar autenticamente a palavra de Deus, escrita ou contida na Tradição, foi confiado só ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo.

Além da Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II sobre a Revelação Divina - Dei Verbum - o Catecismo da Igreja Católica trata da Revelação no seu Capítulo Segundo - Deus ao encontro do homem – sobre a Sagrada Escritura :

ARTIGO 3

A SAGRADA ESCRITURA

I. Cristo - Palavra única da Escritura santa.

II. Inspiração e verdade da Sagrada Escritura.

III. O Espírito Santo, intérprete da Escritura.

* Os sentidos da Escritura.

IV. O Cânon das Escrituras.

* O Antigo Testamento.

* O Novo Testamento.

* A unidade do Antigo e Novo Testamento.

...............................

É, portanto, recomendável, ter em conta todas estas normas, ao lermos a Sagrada Escritura.

Postar um comentário

Deixe seu Comentário: (0)

Postagem Anterior Próxima Postagem